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sábado, 18 de agosto de 2007

Ao anoitecer

Ao anoitecer.




Quando chega a manhã, e sinto ao tato,
Tua ausência, de fato... Volto a dormir.
Tento no sonho sentir, a noite passada,
Noite, á nós ofertada, em que sucumbi.

Ao teu amor, tua ânsia, teus beijos,
Aos teus desejos, tua voz de se ouvir,
Em gemidos que á mim, soavam canções,
Orquestrando corações, em um doce afluir.

Rolo na cama, os meus olhos cerrados,
Momentos passados, doces ternuras,
Paixões de tão puras, corpos acordados,
Sempre entregados ás nossas loucuras.

Tentando dormir só mais outra vez,
Querendo talvez, sonhar novamente;
O teu corpo quente, busco ao meu lado,
Mas sinto gelado, o vazio afligente.

Levanto do leito, ainda entorpecido,
Um breve gemido solto sem querer,
Lembrando você, na noite já passada,
Lasciva e doada, ao meu bel-prazer.

O dia se passa, tão lento e manhoso,
Tão preguiçoso, que parece parado,
Com tudo é finado, a noite se inicia,
Trazendo-me a alegria, o meu ser amado.

O sorriso em seu rosto, e o olor de jasmim,
É para mim, um presente do céu,
Rasga-se o véu, da noite criança,
E em tua pujança, renego meu fel.

Então te abraço e osculo-te o colo,
No teu corpo me enrolo; sorvo teu ser.
Só eu e você, em um banho de rosa,
Na tua rosa mimosa, irei amanhecer.


Por faustopoti.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Amo-te



Às vezes perguntas se te amo,
Sim te amo, meu amor,
E tenho medo por isso.
Vejo-me a beira de um precipício
E sinto perder meu valor

Amo-te como á uma mãe
Te amo como á um pai,
Te amo como a própria vida
Te quero mais que viver
Amo-te, absurdamente de mais.

Sofro por que te amo
Mas esse sofrer não é ruim
E te amo por que eu quero
Amo tanto, mas tanto...
Que às vezes esqueço de mim

Te amo, te amo, amo loucamente teu ser
Amo toda tua existência
Amo seu estado de querer
Amo você, de todas as maneiras,
Amo-te em toda tua essência.

E como é bom te amar
Ter você ao lado meu
Em todos os momentos pensar
Poder te acariciar
E dizer te amo, pois sou seu.




Por faustopoti








quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Sou?

Sou?



Sou serpente peçonhenta nas garras do gavião,
Sou um idoso leão, degredado do seu bando...
Sou mato verde queimando, alma se exaurindo,
Sou apenas um menino que está se acabando.

Sou ferra brava e nociva, mas que está enjaulada,
Sou a moça da calçada esperando seu futuro...
Sou tesouro no monturo, caixa-forte sem dinheiro,
Sou perolas ao chiqueiro, sou caminho no escuro.

Sou o guerreiro vencido, esgotado no combate,
Sou o novilho do abate, o faisão já abatido,
Sou futuro suprimido, sou presente sem passado,
Sou um ente desalmado, sou passado esquecido.

Mas já fui o gavião que assassinou a serpente,
Já fui o líder valente, liderando o seu bando,
Fui gramínea se alastrando, já fui riacho perene,
Fui grande, bravo, solene; fui um belo namorando.

Eu já fui o candeeiro iluminando o escuro,
A assepsia do monturo, um colar de esmeralda,
O príncipe que na calçada, apanhou sua donzela,
Mas que traído por ela, caiu em uma cilada.

Quando tinha teu amor, era eu um aguerrido,
Por teu amor guarnecido, era gigante e valente,
Á nada era temente, tinha nobreza e valor,
Mas por perder teu amor, sou hoje, estrela cadente.



Por faustopoti.