Seguidores

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O amor

O amor é um mistério, adultério da alma,
A perda da calma, um vôo etéreo,
Um sonho singelo um eterno penar,
Um destrocar, a quebra de um elo,
Um sonho belo, um adejar suicida,
Uma nova vida, um despertar,
Um lamentar, um choro de dor,
Ás vezes pavor... Alegria constante,
Alimento abundante... Um dissabor.

E quem não ama, reclama á vida,
Não tem despedida, e nem reencontro,
Nunca está pronto á sorrir á alguém,
Não sabe o que tem e nem quer conquistar,
Com medo de amar, e sem sentimentos,
Perde seus momentos, sozinho, sem sonhos,
Pensamentos medonhos, de se entregar,
Teme profanar, os anseios divinos,
Seu tempo menino, á lhe atormentar.

Porem mesmo sendo um sofrimento,
Em algum momento, devemos amar,
Querer se apossar dum nascer do sol,
Um lindo arrebol, um beijo da lua,
No meu da rua, abraçar um alguém,
Amar o que tem, e o que conquistar,
Saber se doar, se entregar sem pudor,
Experimentar o amor, viver em dueto,
Trazer em seu peito, o mistério da dor.

Por faustopoti

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Hospede urbano.



Cai-me o orvalho á limpa cara,
No frio improfícuo da noite,
No corpo, a dor que não sara,
Pois o orvalho gelado não para,
Á aturdir-me, tal ferino açoite.

Sob a bela marquise imponente,
Edifico o meu prosaico leito,
E a poeira asfáltica presente,
Nos pulmões, se faz latente,
Infectando por dentro meu peito.

Escorre nas sarjetas, a lama,
Desta tão fétida civilidade,
Meu sangue, ao menos reclama,
Pois na mesma sarjeta derrama,
O veneno da aprazível cidade.

E nesta insalubre hospedagem,
De tantas estrelas, no céu,
É jardim de cimento, a paisagem,
Já humanos, só de passagem,
E hospedo-me no quarto ao léu.

Quem pagará minha conta,
Quando um dia eu for despejado?
Pois o nada que ganho, não conta,
E a comida, nunca está pronta,
Nem vem, o que tenho desejado.

Oh anfitriões desalmados...
Negas-me de tua civilidade!
Por que sois tão malvados?
Já que tudo, são apenas trocados,
E agora, sou hospede na tua cidade.



Por faustopoti.