Tão pouco
Disfarço a dor que sinto, e minto com um sorriso,
E preciso falsear a agonia; para que você me ria,
Faço tudo que for preciso.
Nego a dor que me corroí, e como dói fingir assim.
Aí de mim, demonstrar; o que sinto, e minto,
Para que não fujas de mim.
Contento-me tal louco, com o pouco resultado,
E calado consinto; e pra mim mesmo eu minto,
E diz-me: - és culpado.
Dissimulo meu riso conciso, apenas por teu afeto,
E de novo repleto de amor; esqueço a dor,
Pois sou, teu objeto.
Devora meu ser, faz parecer, que sou feliz.
Me diz: - tu me adora-; e da boca pra fora,
És tudo o que eu sempre quis.
Vou assim dissimulando, o teu amor granjeando,
As migalhas aparando; mas é raro, e pago caro,
Para viver te amando.
Por faustopoti