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domingo, 24 de julho de 2022

Pó ao pó


 

 

 

Beijai-me com teu lábio insípido,

E aconchegai-me, corpo inóspito,

Sugai o meu cerne, tão límpido,

Superai meu amorfo agnóstico.

 

Cubrais-me, oh manto encarnado,

Dilacerai minh’alma empírica,

Levai o meu ser crucificado,

Ao som de uma reles lírica.

 

Montai este fétido corpúsculo,

E corroais de vez minha tez,

Bebei o suor de meus músculos,

Meu sangue, todo ele bebei.

 

Por faustopoti.

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