Pretenso cristão
Neste meu mundo sereno,
Quem dera ser nazareno,
E a vida poder doar.
Num instante calcular,
Como quem baliza á esmo,
E assim, como á mim mesmo,
Ao próximo saber amar...
Mas talvez, apenas eu seja,
Um ente que em peleja,
Queira dividir o pão.
Sou um pretenso cristão,
Que não, por esquecimento,
Não guarda o mandamento,
De amar á seu irmão.
Aos enfermos não visito,
Não possuo qualquer quesito,
Á ter com os encarcerados.
Aqueles pobres execrados,
Que moram na marginaria,
Perdidos na imaginaria,
De ter remidos os pecados.
E se é sol ou se é chuva,
Também esqueço as viúvas,
E aos órfãos esquecidos.
Calo-me aos gemidos,
Dos que carecem de pão.
Sou um pretenso cristão,
Que não lembra os excluídos.
Propago o dizimo salgado,
O meu defeito saldado,
Também pago o meu sesmo.
Provoco grande tenesmo,
Ao verdadeiro cristão,
Que ama ao seu irmão,
Como quem ama á si mesmo.
Por faustopoti.
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